1200_vladgrin_gettyimages-488758071

Pensar a comunicação é entender o seu negócio

 

George Coelho

         

          Ao longo de minha vida profissional, tem sido comum ouvir de parceiros, sejam clientes ou empresários, que a comunicação para eles não é algo fundamental. Dias atrás eu me peguei pensando nisso, e foi refletindo a respeito que cheguei à seguinte frase: “Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente, mas aquele que mais responde à mudança”. A afirmação é do professor norte-americano Leon C. Megginson (1921-2010), um estudioso do mundo a partir da administração. Talvez você já tenha ouvido ou lido essas palavras em algum lugar, mas, seja sincero, você já parou para pensar nelas? Se a sua resposta foi sim, ótimo. Caso contrário, tudo bem. Seguimos juntos a partir de agora.

Eu costumo dizer em palestras, entrevistas ou mesmo em conversas informais que você pode não querer mudar, seguir da forma como está, e isso é legítimo. A questão, por outro lado, é que, se a mudança vier, ela vai te atingir. É preferível, penso eu, estar preparado para ela. Se possível, antecipá-la. No esporte, de modo geral, vence quem ataca antes ou se programa para a defesa. A vida é assim também.

2020 é um ano de incertezas, como conversamos dias atrás aqui. Não tem sido fácil para gestores e colaboradores. O mundo está em mudança, você sabe do que eu estou falando – é a Covid-19 alterando toda a ordem. É por esse motivo que hoje quero que entendamos a importância da comunicação, principalmente sob três aspectos: comportamental, relacional e de impacto econômico.

No quesito comportamento, a comunicação é chave para entender os processos dentro da sociedade. A forma como você fala atinge a pessoa de uma maneira. Como ela reage a isso? É importante ter clareza ao falar, ao responder. Um aperto de mão firme mostra mais confiança que palavras, em muitos casos.

No aspecto relacional, ela é uma continuação, eu diria, do comportamento. A postura que você tem no dia a dia mostra quem é você; a forma como você se posiciona nas redes sociais, em um jantar. Pense duas vezes se vale a pena aumentar a voz em uma discussão ou se o melhor é ouvir e responder polidamente. A forma como o tratamento é feito em determinado assunto impacta diretamente no futuro – às vezes nós esquecemos disso.

Quanto ao impacto econômico, há várias maneiras de entender esse ponto. Para isso, algumas perguntas: Você e os seus colaboradores estão sendo claros um com o outro? Eles entendem o que lhes é pedido? E você, gestor, está apto a ouvir as mudanças que os subordinados gostariam para obter melhor desempenho? Veja: não estou dizendo que você deve aceitar ou negar tudo. O que gostaria é que ficasse claro que pensar a comunicação é entender o seu negócio. Não fosse isso, como renegociar os contratos, solicitar insumos, manter o mercado funcionado? Eu preciso de você, que necessita do outro, e assim sucessivamente. Como nos entendemos? Conversando, escrevendo. Comunicando. O resultado de uma conversa pode evitar uma contratação errada ou uma demissão sem razão.

Antecipar, atacar e defender – não literalmente, claro, mas como estratégia. Tudo é comunicação. Neste período de mudança, ouvir, perguntar e conversar podem não levar o seu negócio à liderança do ranking no setor. Por outro lado, lhe garanto que essas três ações, apresentadas por aqui no infinitivo, não permitirão que o seu empreendimento feche as portas.

A partir das perspectivas comportamental, relacional e de impacto econômico – de forma breve, eu sei – termino esta reflexão sugerindo a você que não queira ser o mais forte e nem o mais inteligente: busque ser o mais adaptável. Use a comunicação para isso. Aceite os conselhos de Leon C. Megginson.

 

Deixe uma resposta