Foi nesta semana que percebi que estamos a dois meses do fim do ano. Como falei para um amigo, concluímos 80% de 2020 – e que 2020! Em janeiro, havia expectativas de reformas governamentais no Brasil, o que incluía privatizações que, ao menos em tese, resultariam na melhora da economia. Entretanto, ainda nas primeiras semanas daquele mês, a Covid-19 mudou todo o planejamento. Não só o meu, o seu, mas do mundo. Primeiro na Ásia, depois Europa; aí, chegou ao nosso continente. Como já falamos sobre este assunto por aqui, minha intenção, hoje, é conversar sobre os últimos passos em direção a dezembro e os primeiros para 2021.
Nem tudo está perdido, acredite. Por esse motivo, prefiro citar ações positivas que vivemos ou que vimos acontecer em nosso país neste ano. Com a chegada da pandemia, observamos como a sociedade pôde se organizar para enfrentar uma doença desconhecida. Quando digo isso, penso especificamente na saúde. Leitos foram abertos em todo Brasil, assim como a aquisição de insumos foi bem sucedida em boa parte do território. Maringá, nesse caso, é um exemplo novamente. Além de novos leitos criados[1] – inclusive somente para a Covid-19 – recebemos dinheiro dos governos federal e estadual[2] para enfrentar a pandemia. Não conseguimos curar a doença, mas estamos sabendo como tratá-la. A estrutura brasileira, costumeiramente criticada ao longo dos últimos anos pela demora/burocracia, mostrou-se eficiente neste momento.
No mundo trabalho, com a desaceleração da economia, o Brasil chegou a 14 milhões de desempregados[3]. Há uma série de motivos que levaram ao número. O principal deles, dizem os analistas, é que menos dinheiro girou no país. Crises vem e vão, é algo intrínseco ao sistema em que vivemos. Ao mesmo tempo, e quero que você foque aqui, vimos como a tecnologia veio para ficar em nossas relações. O que por aqui chamamos de home office ou teletrabalho foi necessário em quase todos os setores da economia moderna, desde o financeiro ao educacional, passando pelo cultural e o de prestação de serviço. Ainda não sabemos muito bem como se sedimentará. O que está claro é que, com o trabalho a distância, as empresas podem reduzir custos, algo mais do que importante neste momento, e o colaborador pode ter mais qualidade de vida se o contrato de trabalho for justo. Esse mundo do novo trabalho vinha sendo apontado há anos. A transformação aconteceu e acontece em frente aos nossos olhos e de forma acelerada. Tudo por conta da pandemia.
As mudanças são sentidas e devemos estar preparados para ela, como falamos por aqui semana passada. Em razão disso, nos surpreendemos positivamente com as ações na saúde em nosso Brasil – eu sei que pensar isso é engraçado, para não dizer triste, mas é fato. Por outro lado, o desemprego em massa nos assusta. As estruturas estão se alterando, queiramos ou não. Nesse caminhar para o fim de 2020, depois de todas as dificuldades que enfrentamos e ainda estamos passando por, pensemos no que queremos e, mais ainda, no que não desejamos. Ainda temos um bimestre para sair da mesmice, deixar o comodismo de lado, aprender e dialogar com quem admiramos e buscar melhorar. Podemos usar novembro e dezembro para avaliarmos ponto por ponto do que fizemos ao longo dos meses anteriores. O que encontrarmos de positivo, repetiremos em 2021. O que não for proveitoso, adeus!
Para mim, todo ano novo é um fim e um começo ao mesmo tempo. Se estamos deixando para trás um período que não foi de todo proveitoso, apresento algumas boas-novas. A expectativa para o PIB em 2021 é de crescimento de 3,5%[4]. Na saúde, temos vacinas sendo produzidas em todo o mundo para curar ou controlar o novo coronavírus. Apesar das crises políticas é provável que o Brasil receba milhões de doses no ano que vem. Ainda nos 20% que nos restam neste ano, haverá eleições. Temos a chance de escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores que devem gerir a política em nossas cidades.
Reforço, então, que fazer um planejamento é preciso. Sei que tudo pode mudar ao longo dos meses, e o meu ano não foi diferente. Eu havia planejado X; o resultado foi Y. Pelo fato de ter feito uma organização quanto aos meses, sinto que pude navegar nesse mar turbulento chamado 2020 com um pouco mais de segurança. Tenho avaliado os impactos positivos e negativos pelos quais fui passando nestes 10 meses. O que foi ruim, não será repetido daqui em diante em minhas relações. O que foi bom, não só permanece como será melhorado. Entenda, reflita, haja. O final é logo ali, assim como o começo.
[1] Conferir: https://www.hojemais.com.br/maringa/noticia/cotidiano/parana-completou-seis-meses-de-enfrentamento-ao-coronavirus.;
[2] Conferir: https://gmconline.com.br/noticias/cidade/maringa-recebeu-r-59-milhoes-em-repasses-para-combater-a-covid-19/;
[3] Conferir: https://exame.com/economia/desemprego-no-brasil-atinge-14-milhoes-o-maior-desde-comeco-da-pandemia/;
[4] Conferir: https://veja.abril.com.br/economia/por-que-o-mercado-melhorou-a-perspectiva-para-o-pib-pela-6a-vez-seguida/.