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Fazer eventos é um dos grandes desafios para o mundo

Muita coisa tem acontecido em 2020 por conta da Covid-19. Quem diria que, ao longo de um ano, não realizaríamos eventos como de costume? Ao redor do planeta, festivais tradicionais como Coachella[1] não foram efetivados. No Brasil, eventos como o Lollapalooza[2] – que traria bandas como Guns n’ Roses e Strokes – também foram suspensos. Aliás, nem precisamos ir para tão longe. Em Maringá, a tradicional Expoingá não teve como ocorrer neste ano[3]. Tudo por conta da pandemia.

Este é um assunto que tem de despertar nossa atenção. Na semana passada, falamos aqui sobre a cultura. O mercado da economia criativa mobiliza em torno de 2% do PIB brasileiro. A área de eventos entra aí. O fato de não ter vacina para a doença dificulta qualquer realização, ainda mais em um momento que o mundo tem visto subir a média móvel de casos[4]. Sinto dizer isso, mas precisamos inovar, pensar novas possibilidades. Em vez de falarmos sobre as perdas, penso ser importante apontar possibilidades futuras, já que 2021 é logo ali, como já dissemos por aqui. As reflexões que trago neste artigo foram feitas a partir de minhas leituras do noticiário; faço também alguns apontamentos que, creio eu, podem ser úteis.

Um dos destaques que chamam a atenção é o fato de que o setor de eventos teve de se adaptar quanto ao uso da internet[5]. Se antes muito se fazia pessoalmente, o contato online modificou relações e manteve ao menos parte dos trabalhos funcionando. Escolha de roupas, bebidas, música para eventos foram decididas por trocas de mensagens. Este é um ponto positivo, como também já falamos aqui. A tecnologia chegou para ficar. A mudança está acontecendo, queira você ou não. A pandemia apenas acelerou o processo.

Sobre as alterações que o setor tem passado, aliás, peguemos Maringá como exemplo. Em algum momento, a Prefeitura autorizou encontro para no máximo 30 pessoas. Depois, para pouco mais de cem. As atividades deveriam ser seguidas com uso de máscara, álcool-gel e outras regras. No Brasil, o número variou dependendo de como a situação do novo coronavírus estava em cada uma das regiões. Por conta disso, claro, houve reação de quem trabalha no ramo. Protestos foram vistos, o que é legítimo dentro de uma democracia. Também vimos pessoas se adaptando: a ponto de carreatas terem sido feitas para marcar o chá de bebê de alguma criança que em breve viria ao mundo. Quem diria…

No momento em que escrevo este artigo, acontecem novas restrições em aqui na cidade. É por isso que é necessário pensar caminhos. Em nível local, a realização de eventos terá de seguir controle determinado pela Prefeitura. Isso me leva a crer que, em 2021, atividades no setor deverão primar pela experiência. Em vez de fazer algo grande, massivo, a ação será limitada. O consumidor deverá sair do local se sentindo único, como se o evento fosse feito para ele e apenas ele. Quando pensamos em um grande evento – aí podendo ser um festival de música no Brasil ou em outro país – a realização só se dará se houver testagem em massa de todos os participantes, equipes de trabalho etc. – o que me parece pouco plausível. Em razão disso, pelo que tenho visto, experiências mistas irão ocorrer. Talvez um número determinado assista dentro de seus automóveis, no estilo drive-in, e outra parte de forma online. Ainda é meio incerto, mas é um cenário que me parece possível.

Quanto a fazer eventos presenciais como era no passado, não há perspectiva. Entretanto, se olharmos para a história, após tempos ruins, as festas para celebrar o que se passou foram épicas[6]. Aguardemos, então.

 

[1] Conferir: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2020/03/10/interna_diversao_arte,833278/festival-coachella-e-adiado.shtml;

 

[2] Conferir: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/lollapalooza/2020/noticia/2020/09/04/lollapalooza-brasil-nao-vai-mais-ser-em-dezembro-de-2020-festival-e-adiado-para-setembro-de-2021.ghtml;

 

[3] Conferir: https://gmconline.com.br/noticias/cidade/expoinga-e-oficialmente-adiada-e-nova-data-e-anunciada/;

 

[4] Conferir: https://oglobo.globo.com/rio/covid-19-media-movel-indica-aumento-no-contagio-pelo-5-dia-no-rio-ha-89-de-ocupacao-em-toda-rede-sus-da-capital-24759333;

 

[5] Conferir: https://www.metropoles.com/conteudo-especial/novos-negocios/empresas-de-eventos-se-adaptam-ao-novo-normal-com-festas-menores-em-casa;

 

[6] Conferir: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/05/apos-a-gripe-espanhola-rio-teve-o-maior-carnaval-de-todos-como-revanche.shtml.

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