Muitos de nós, inclusive eu, tiramos os últimos dias do ano para pensar nos erros e acertos cometidos ao longo de 2020. Mais do que isso, nos preparamos para o que virá em 2021. Sem medo de errar, posso afirmar que a nossa maior expectativa para o ano que vem é a chegada da vacina contra a Covid-19, principalmente no Brasil. Quando penso nisso, reflito sobre saúde, ciência e economia, já que tudo tem andado junto. E é sobre esses assuntos que gostaria de conversar com você hoje.
No mundo, atualmente, em torno de 200[1] vacinas estão sendo pesquisadas e produzidas. Em alguns locais, principalmente na Europa, a vacinação já começou. Oito estão aprovadas para uso, sendo que seis delas tiveram a eficácia divulgada[2]. No Brasil, a situação é um pouco mais complexa – como sempre. De modo geral, tem havido a politização do assunto. Pessoas que ocupam altos cargos deveriam dar o exemplo, instruindo quanto ao que fazermos. O que vemos é o contrário, desde debates sem sentido em redes socais a discussões públicas, atrapalhando quem mais precisa: o cidadão. O resultado é a desinformação, pois há quem diga que não irá se vacinar porque são feitas China e na Rússia. Se essas pessoas soubessem o tanto de itens fabricados nesses locais que são consumidos por aqui, elas nunca mais sairiam de casa…
O fato é que aguardamos ansiosamente a vacina, como se ela fosse a cura de todos os nossos males. A verdade é que não é, infelizmente. A aplicação da dose é para proteger contra a doença, não curar. No Brasil, graças ao SUS (Sistema Único de Saúde), campanhas de vacinação ajudaram a erradicar problemas como a doença do pezinho, febre amarela; há, também, controle quanto à dengue e à gripe. Ao que tudo indica, a Covid-19 não terá uma cura rápida, ainda mais porque tem havido registro de mutação no vírus[3]. Apesar disso, neste momento, a vacina é o nosso único caminho. É uma luz de esperança.
A boa notícia quanto às informações atuais voltadas ao assunto é que as agências reguladoras e órgãos competentes estão tentando se entender, já preparando a compra de vacinas em nosso país. O Governo Federal espera imunizar mais de cem milhões de brasileiros ao longo de 2021[4]. A Prefeitura de Maringá também não está atrás. O que se sabe até o momento é que o município já demonstrou interesse em adquirir a vacina produzida no estado de São Paulo[5]. Quantidade de doses, como será feita a aplicação e outras perguntas estão em aberto. Entretanto, não é sem razão que devemos parabenizar a prefeitura pela medida correta. O cidadão maringaense agradece.
Eu quis refletir sobre todos esses temas que perpassam a Covid-19 porque, apesar de um pouco tarde, a turma de Brasília tem entendido que é por meio dela que a situação econômica poderá melhorar[6]. Pessoas protegidas irão sair às ruas, gastar dinheiro, fazendo a roda do consumo girar. Este artigo também serve, espero eu, para lembrar que a ciência é percurso necessário. Há pessoas em todo mundo estudando, pesquisando — errando também, claro: mas é assim que se busca o conhecimento. Lembre-se: não é alguém no WhatsApp, em um vídeo caseiro, que irá invalidar a produção científica. Que esperancemos em 2021. Que tenhamos mais fé, mais amor, mais trabalho. Que tenhamos, claro, a vacina. Feliz ano novo.
[1] Conferir: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2020/12/4888649-vacinas-contra-a-covid-19-sao-seguras-mesmo-criadas-em-tempo-recorde.html;
[2] Conferir: https://www.poder360.com.br/coronavirus/47-paises-comecaram-a-vacinacao-contra-covid-19-leia-a-lista/;
[3] Conferir: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/12/ue-inicia-campanha-de-vacinacao-enquanto-mutacao-do-coronavirus-se-espalha.shtml;
[4] Conferir: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/12/4896592-governo-corre-para-antecipar-vacinacao-e-quer-100-milhoes-de-doses-da-coronavac.html;
[5] Conferir: https://www.cbnmaringa.com.br/noticia/maringa-anuncia-parceria-para-comprar-coronavac-vacina-contra-o-coronavirus;
[6] Conferir: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-12/vacinacao-em-massa-e-capitulo-mais-importante-da-pandemia-diz-guedes;
