O fato de a CoronaVac ter apesentado eficácia de 78% foi uma das principais notícias dos últimos dias[1]. Embora nesta terça-feira (12) a eficácia global tenha ficado em pouco mais de 50%[2], foquemos no que aconteceu na semana passada. Há uma série de motivos para nossa escolha de assunto. O primeiro deles, claro, é que a vacina produzida no Brasil pode ser uma das soluções que teremos neste momento de pandemia da Covid-19, dando exemplo ao mundo, mostrando que nosso país pode, sim, desenvolver tecnologia, apesar de todas as dificuldades. A outra razão, e o foco está nela, é que a economia acelerou com a divulgação da capacidade da vacina, deixando clara a expectativa do mercado quanto à solução. Como já dissemos em outro momento, economia e saúde estão interligadas.
Um dos principais índices que marcam o ânimo da economia é o Ibovespa, a nossa bolsa de valores. No dia 07 de janeiro, atingiu 122.385 pontos, quebrando recorde[3]. Analistas disseram que uma das justificativas foi a divulgação da eficácia da vacina. Em outras palavras, o mercado financeiro se empolgou com a possibilidade de haver como evitar o aumento do contágio da doença, a ponto de injetar mais dinheiro dentro do Brasil. Foi um ótimo sinal – principalmente para os que duvidam da capacidade de proteção que a vacina pode dar.
Temos reforçado por aqui que a economia só irá melhorar mesmo quando houver a vacina. O resultado do Ibovespa demonstrou que é o que o mercado também acredita. Enquanto isso, qualquer medida é paliativa. Aliás, tomar decisões em um momento como este não é fácil porque um movimento incide no outro. Um exemplo claro é o de “liberar tudo”, desde comércio, passando por parques, cinemas e afins, em um horário normal. Uma ação como essa seria ótima para a retomada da atividade produtiva. Por outro lado, aumentaria a ocupação dos hospitais. O meio termo deve ser buscado nesses casos, pensando sempre no cidadão brasileiro. Quem pode, fica em casa. Quem não pode, que trabalhe, mas com toda a segurança possível.
Sei que não é possível ficar de todo animado com 2021, há expectativa quanto à redução da crise econômica no Brasil e no mundo. Em nosso país, de forma específica, o Governo Federal precisa apostar em financiamento interno, para fazer o dinheiro girar. Não é uma medida ideológica, é uma ação de estímulo. Há vários exemplos na história, tanto brasileira quanto internacional. O Governo tem, também, de cuidar dos mais pobres, evitando mortes desnecessárias. Tempos como o nosso exigem medidas enérgicas, de pessoas enérgicas. A Covid-19 ainda está aí, queiramos ou não.
Talvez você saiba, mas há motivos que justificam a vacinação no campo da economia. Aqui, alguns exemplos: pessoas vacinadas estarão mais confiantes. Sendo assim, sairão às ruas para fazer compras; o Brasil, tendo produzido sua vacina, irá chamar a atenção de outros países, podendo atrair investimentos estrangeiros para pesquisas feitas em nossas terras; a economia girando, todo o país passa a ampliar o desenvolvimento. Sem contar na questão da saúde, que irá reduzir o número de mortes e liberar vagas em hospitais.
O resultado da eficácia da CoronaVac mostrou que só há um caminho, o de vacinar toda a população, independentemente do que diga um ou outro político. Me parece que as brigas entre mandatários têm diminuído. Há, por outro lado, uma questão que me incomoda, envolvendo o Ministério da Saúde. As falas do atual ministro me soam confusas. Ainda bem que temos pesquisas sérias e ampla divulgação na imprensa. Devemos, também, ter esperança.
A cada dia que passa, espero ainda mais pela vacina. Espero que você também esteja nessa expectativa.
[1] Conferir: https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,apos-quatro-adiamentos-butanta-promete-divulgar-hoje-resultados-de-eficacia-da-coronavac,70003572944;
[2] Conferir: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/01/coronavac-tem-eficacia-geral-de-504-no-estudo-feito-pelo-butantan.shtml;
[3] Conferir: https://veja.abril.com.br/economia/ibovespa-bate-recorde-historico-e-ultrapassa-122-mil-pontos/;