Overhead view of young businesspeople sitting together at workplace and using digital devices

Emprego e Trabalho: esperancemos em 2021

Gosto muito de acompanhar e aprender com quem nos ajuda a pensar como será o futuro a partir de exemplos do presente e do passado. O filósofo Mario Sergio Cortella é uma dessas pessoas. E foi dele, em uma palestra, que ouvi o neologismo “esperançar”: uma palavra criada a partir da junção do substantivo esperança e do verbo esperar. Trago este termo à reflexão desta semana porque, como é quase Natal, precisamos esperançar quanto ao ano que está por vir, principalmente nos quesitos trabalho e emprego.

A pandemia trouxe desafios inéditos à história. Entre dezembro de 2019 e março de 2020, o mundo, de modo geral, parou. Com a Covid-19 circulando, a economia desacelerou. Em todo o planeta, milhões perderam o emprego ou tiveram redução na renda. Dados oficiais no Brasil indicam que, atualmente, são 14 milhões formalmente desempregadas[1]. A situação não foi ainda pior porque o Governo Federal liberou o auxílio-emergencial, evitando que muitas pessoas não morressem de fome[2]. O cenário não é fácil.

Ao longo da vida, tenho estudado e conversado com líderes;. Em resumo, o que sempre ficou claro é que, após um período ruim, podemos aguardar a chegada do momento bom. Nem só de ondas vive o mar: a tranquilidade também se faz presente nas águas. É o que já temos visto, mesmo de forma tímida, quanto ao que estamos vivendo no Brasil. Ainda que estejamos com quase 180 mil mortos[3], há vagas de emprego sendo criadas devido ao fim de ano[4]. É claro que não teremos um período de bonança como em anos anteriores, mas é um sinal. O ano que vem é logo ali.

Arrisco a dizer o seguinte, portanto: 2021 indica o retorno do trabalho e do emprego em nosso país, mesmo que de forma lenta, gradual. Embora esteja havendo conflito entre políticos, existe a expectativa quanto à aplicação de vacina na população. Em se tratando disso, o Ministério da Saúde estima que mais de 100 milhões de brasileiros recebam a dose até o fim do ano que vem[5]. O resultado é otimista em muitos aspectos. Além de haver proteção à saúde, evitando mortes e reduzindo a pressão sobre hospitais, haverá mais pessoas nas ruas. Mais gente andando significa mais consumo. Postos de trabalho no comércio, turismo e serviço, principalmente, devem ser criados.

Tenho me proposto a pensar os rumos da nossa vida em meio ao caso trazido pelo novo coronavírus — você deve ter percebido ao longo dos últimos artigos. Entre outras reflexões, já conversamos sobre os setores cultural, de eventos e a área de tecnologia. Esperançando que a situação comece a caminhar mais naturalmente no ano que vem, imagino como o impacto será positivo ainda mais em cada um dos grupos citados. Em relação à cultura, atividades foram suspensas neste ano por conta da pandemia, um espectro que abrange desde lançamento de livros a shows com milhares de pessoas. No setor de eventos, imagine o quanto não será feito? Desde jogos escolares, passando por palestras empresariais, reuniões em espaços amplos. Quanto à tecnologia, ela se estabeleceu ainda mais: é impensável não usar cada vez mais celulares, notebook e afins.

Há uma demanda na economia que, hoje, está presa por conta da pandemia, e é por isso que, quando houver o retorno à normalidade, a situação irá melhorar mesmo. Teremos trabalho nessas áreas, e os empregos a serem disponibilizados serão os mais diversos. Seguranças para eventos, motoristas, garçons, vendedores de aparelhos eletrônicos. É por motivos como os falados nessa conversa que, creio eu, temos muito pelo que esperançar em 2021. Para quem empreende, tenha paciência, perseverança e fé. Aos que buscam uma vaga no mercado de trabalho, tente, se possível, melhorar sua qualificação. Quando voltarmos a ser como era, nada será como antes. Espero que esperancemos juntos.

[1] Conferir: https://www.forbes.com.br/forbes-money/2020/10/desemprego-atinge-14-milhoes-de-brasileiros-e-numeros-devem-aumentar-entenda-o-porque/;

[2] Conferir: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/08/auxilio-emergencial-impede-que-235-milhoes-caiam-na-pobreza.shtml;

[3] Conferir: https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/geral/brasil-supera-a-marca-de-180-mil-mortos-por-covid-19-1.536795;

[4] Conferir: https://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2020/10/29/empregos-formais-caged-setembro-2020.htm;

[5] Conferir: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-11/fiocruz-130-milhoes-podem-receber-vacina-de-oxford-em-2021;

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